~~Libra~~

Eu quero saber tua flor favorita, e o jeito como você dorme quando está calor. Quero te fazer rir em um dia vazio, e te contar que algumas das minhas melhores memórias envolvem chão de tacos de madeira – eu me sinto tão seguro quando piso descalço em tacos de madeira. Quero saber com que animais estranhos você sonha e se tem algum stellium no teu mapa, qual cor de gato acha mais bonita, qual o cheiro mais doce da tua memória.
Quero enlaçar seus dedos nas falanges dos meus dedos e quero contar estrelas deitados em um cobertor no chão do mato e quero rir depois que a gente sair correndo porque um bicho resolveu ver estrelas com a gente e quase matou de susto.
Quero ler com os pés em cima dos teus enquanto você faz qualquer coisa, e o silêncio é uma presença física dividindo um cigarro comigo. Quero falar contigo meio sonado às quatro da manhã no telefone porque você teve um pesadelo e queria ouvir uma voz dizendo que estava tudo bem.
Quero cafés da manhã que se esticam na preguiça da tarde entre almofadas e quero cafés da manhã da óculos escuros na ressaca que nos espera na saída da padaria. Quero te contar as coisas que eu sei sobre a poesia com que as rochas são criadas e as histórias que ouvi da neblina, e quero saber das pequenas coisas que fazem de você a pessoa exata que é.
Quero dançar com você mesmo que eu não saiba dançar e quero sentar de pernas cruzadas, bêbado demais para te acompanhar e te ver dançando com o vazio ou com outras pessoas, quero saber que vinho você prefere e te contar o sussurro que eu escuto dentro do vinho.

Eu te quero. E eu te amo.

E se eu não te perguntar teu nome, talvez seja porque o que me move na tua direção é muito maior que um nome, e as rosas seriam rosas se tivessem qualquer outro nome.

(14 de março, 2018)

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